segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MORADORES DE AREA SÃO EXPULSO PELA TROPA DE CHOQUE

Informativo - 13 de Dezembro de 2009 Desocupação arbitrária de sem-terra em Americana (J. Zinclar) Polícia Militar se investe de “Poder Judiciário” e expulsa sem-terra em Americana Cerca de 100 famílias foram retiradas de terras que Usina Santa Elisa não prova serem suas, mas as explora, e PM se porta como força privada e particular a seu serviço Cerca de 100 famílias (aproximadamente 400 pessoas) foram expulsas de área rural sob forte coação e intimidação da chamada força tática da Polícia Militar. A área, que fica próxima ao Acampamento Milton Santos, do MST, em Americana, fora ocupada no amanhecer do mesmo dia. Fotos da desocupação arbitrária de sem-terra pela PMem Americana (Foto: João Zinclar - 12/12/09)Participaram da ocupação trabalhadoras e trabalhadores rurais (com seus filhos) que estão organizados no Sindicato Dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), na Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) e no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). PM se coloca como “poder judiciário”: Julgacondena , decide a sentença e a aplica O comando da Polícia Militar na ação se mostrou, sem qualquer cuidado maior, como francamente ao lado da Usina Santa Elisa.A situação era de calma absoluta, com os trabalhadores rurais instalando seus barracos de lona e/ou plástico. O comandante policial afirmou que a área “é” da Usina (um grande erro, veja mais abaixo), julgou que os sem-terra estavam errados, que havia ali um “flagrante de crime”, decidiu pela expulsão e mandou que seus comandados executassem suas ordens. Para isso, usou um trator que lhe foi cedido pela própria Usina Ester.Por outro lado, negou-se a dialogar ou até mesmo ouvir os argumentos dos trabalhadores, ignorando-os.Área não é da Usina, que aocupa contra decisão judicial A área ontem ocupada pelos rurais não pertence à Usina Ester, conforme contam advogados do movimento dos trabalhadores. Na década de 1970, ela foi desapropriada da família Abdalla, em virtude de grandes dívidas em impostos e taxas que tinha com o governo federal, estadual e municipal.Assim, a terra, na realidade, hoje pertence à União, ao estado de São Paulo e ao município de Americana.Nunca, nem mesmo na justiça, a Usina Ester mostrou qualquer título que comprove sua posse. No máximo, mostra duvidosa declaração de que a terra seria de uma imobiliária (laranja) que lhe permite explorar.Em 2006, a Usina Ester recebeu uma notificação judicial para desocupar a área. Segundo oficiais de justiça, os responsáveis pela usina não foram localizados para a entrega da notificação. Desde então, ainda conforme os advogados, a Justiça não cumpriu sua própria decisão.Decisão que, ontem, no local, o comando da Polícia Militar afrontou de forma arbitrária ao se colocar francamente ao lado de uma das partes, justamente a infratora e já intimada há três anos a deixar a área.ImagensAbaixo, fotos da desocupação e observe o desproporcional uso de aparato militar, além do desnecessário jogar de tratores sobre barracos de plásticos. Todas imagens nesta publicação são de autoria de João Zinclar, que as cedeu para o Sindicato Químicos Unificados:

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